Para mim é evidente que a vida começa na fecundação do óvulo, na
criação do ovo. A partir dali, e pelo tempo de sua vida, haverá uma imensa e
sofisticada reação química em cadeia. O seu interior, e o de cada célula que se
formará, conterá um fantástico programa genético de natureza binária (AT; CG)*,
o DNA.
Por
ser muito mais complexo que um software de computador, o DNA contém várias
qualidades excepcionais. Por exemplo, por meio de cópias de pedaços seus comanda,
com um sincronismo impressionante, a construção da estrutura física micro e
macroscópica de tudo o que nos compõe. Essa macroestrutura trabalha, por sua
vez, de forma a aprender mais e mais regras do mundo exterior até chegar ao
estágio adulto onde conheça as estratégias de reprodução para passar adiante as
regras de construção que o primeiro ovo trazia. Num novo ciclo da vida.
Há
quem diga que só existe vida quando o ovo atinge o estágio de feto, por volta
dos três meses, quando teria certas estruturas neuronais já prontas, ou sei lá
mais o que. Porém se acharmos natural matar um organismo pela simples noção de
que é indesejado e/ou por não ter consciência, daqui a pouco estaremos matando
todo mundo com mal de Alzheimer ou quem esteja em coma profundo.
Aliás,
a ideia de preservação de quem está em coma é pela esperança de que volte à
consciência em um determinado momento no futuro. Ora, aguardar que uma criança
acabe de se desenvolver no útero de uma mulher guarda o mesmo princípio - basta
esperar alguns meses que a vida se revelará com toda a sua riqueza.
Para
ilustrar um pouco dessa ideia que o DNA é um algoritmo de construção, um
projeto completo capaz de revelar a “maquete” de sua obra futura, escrevi esse
texto onde fantasio que criei um programa chamado GenDo, que elabora simulações
gráficas de como será uma pessoa, em seus diversos estágios, a partir da
leitura do seu genoma:
O GenDo
Finalmente,
completei a minha grande obra profissional: o GenDo! Com ele qualquer um de nós
pode elaborar uma projeção qualitativa e morfológica do perfil de um ser vivo,
a partir da análise genética de apenas uma de suas células. Basta que se peça a
um desses laboratórios, hoje cada vez mais comuns, que sequenciem o seu genoma
e lhe entreguem em arquivo txt, ou mesmo Excel ou PDF. O GenDo processa os
dados a partir de qualquer desses formatos. Mas, o que resulta desse aplicativo?
1-
Por exemplo, ao esquadrinhar a conformação molecular de cada gene de uma pessoa
o aplicativo consegue projetar o seu funcionamento ao longo do tempo e definir
qual o exato formato e funcionalidade das proteínas e células que dali serão
produzidas a cada etapa.
2-
Como exemplo básico o aplicativo pode reproduzir com exatidão o formato do
rosto, dos olhos (e sua cor), nariz, boca, queixo, dentes etc., inclusive a cor
predominante da pele de um bebê em todas as suas fases até a vida adulta. Assim
como o rosto, todos os detalhes de um individuo podem ser projetados, como
altura, musculatura, ossatura etc., o que, em conjunto com a análise mental de
alguém pode resultar em grandes chances de se tornar um atleta de basquete, de
futebol, de natação etc.
3-
Uma outra funcionalidade é que, sabendo de antemão como cada célula se
desenvolverá, inclusive os neurônios, o GenDo pode também, por exemplo, definir
como será todo o arcabouço cerebral de uma pessoa. Então, por exemplo, pode
notar que determinado hipocampo, um importante órgão envolvido no processo da
memória, terá dimensões ligeiramente maiores que acima da média, o que virá a
ajudar aquele indivíduo a obter um desempenho em matemática bem superior que
outros. Por outro lado, se aspectos da estrutura emocional também se mostrarem
em certo formato poderemos antever uma predisposição às artes, e assim por
diante. Um leque de carreiras pode resultar de cada conjunto de características
mentais também.
Importante
deixar claro que as simulações do GenDo levam em conta que o organismo será
nutrido e cuidado apropriadamente com o máximo de atenções, amor e baixos níveis de estresse. Algo que
ficou muito claro para todos nós da equipe é que, ao usarmos como premissa
básica os níveis máximos de cuidado alimentar e afeto, quase 100% das projeções
resultaram em indivíduos sempre muito saudáveis, bonitos e talentosos. (O aplicativo também permite
colocar roupas nas projeções, conforme os gostos que o GenDo projeta que o
indivíduo terá.)
Vejam
dois exemplos de simulação do GenDo, o projeto 367-Luma e o projeto 1937-Jamir:
A ideia do GenDo nos demonstra claramente que o algoritmo contido
na carga genética de um ovo é suficiente para desenvolver de forma contínua uma estrutura
maravilhosa, viva e repleta de fantásticas possibilidades. É só dar amor e
tempo.
Se uma grávida pudesse olhar nos olhos do próprio filho que está em seu ventre, e perceber o brilho da esperança e do amor incondicional que nela são depositados, perceberia melhor que tem a responsabilidade de confirmar a pessoa maravilhosa que aquela criança indefesa poderá se tornar. E aí, provavelmente, não abortaria.
Se uma grávida pudesse olhar nos olhos do próprio filho que está em seu ventre, e perceber o brilho da esperança e do amor incondicional que nela são depositados, perceberia melhor que tem a responsabilidade de confirmar a pessoa maravilhosa que aquela criança indefesa poderá se tornar. E aí, provavelmente, não abortaria.
Acreditamos, portanto, que o uso corriqueiro do GenDo tenda a reduzir o impulso da prática do aborto, mostrando a cientistas e ministros do STF que é preciso soluções mais dignas e uma avaliação muito mais ampla quanto ao desafio da gravidez indesejada. E que tenha como base o respeito à sacralidade da vida em qualquer dos seus estágios.
(*) Em minha teoria do analogismo fechado a vida
está contida num algoritmo escrito em código binário porque os nucleotídeos Citosina
e Guanina, assim como a Adenina com a Timina, estão sempre juntos. Logo, se
substituirmos no genoma transcrito CG por 0 (zero), e AT por 1 (um), veremos
claramente um código estruturado de forma binária, tal e qual um programa de
computador.
Pode estimular o contrário, ou seja aborto em massa de embriões que iriam resultar em adultos fracos, feios, ou parvos, segundo os padrões de suas donas e donos. Como o aborto de bebês mulheres na China ou o homicídio de bebês com defeitos de nascença entre os yanomâmis.
ResponderExcluirHoje já existem muitos embriões congelados que assim ficarão eternamente. Sofia Vergara é um caso notório. As mortes de bebês na China ou entre os yanomâmis não muda com nada, pois já o fazem...
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