Ao final deste domingo, 28, eu e milhões de
brasileiros vibramos com a confirmação da eleição de Jair Bolsonaro.
Prudentemente, muitos de seus eleitores pronunciaram “ele não é o presidente
dos meus sonhos, mas é a única opção.” Sou um pouco mais otimista. Diferentemente
de alguns líderes do Partido Novo, nas semanas anteriores manifestei claramente
a minha opção de voto em Jair, por dois motivos básicos:
1.
Como a diferença entre Bolsonaro e Haddad nas
pesquisas apresentava uma redução crescente, votar em branco poderia significar
a volta do PT à presidência. Seria uma vergonha e um desastre para todos os
brasileiros. Inadmissível. Impensável, depois de tudo o que este país passou.
2.
As propostas de Jair se aproximavam muito do que
acredito: redução do Estado, privatizações, melhoria das condições para o
indivíduo empreender, empregar e ser empregado, defesa da família etc.
Dada a proximidade entre ideologia
e propostas, como filiado acho que o Novo devia ter se manifestado de forma
mais propositiva. Talvez não precisassem declarar voto direto em Jair, mas
penso que seria um dever cívico manifestar-se quanto ao que concordavam ou não
das propostas do presidente que seguramente iria se eleger. Seria uma forma de
marcar posição política e não deixar dúvidas sobre o que pretendemos para o
país, além de ajudar a pavimentar as relações que nosso governador eleito e
deputados federais precisarão construir com o presidente.
Mas, se discordo, por que compreendo
o cuidado do Novo em não declarar voto diretamente no indivíduo Bolsonaro? Porque
poderia ser interpretado como uma aposta na eficiência da pessoa do presidente
eleito em conduzir o governo de forma apropriada. Conhecedor experiente do
Congresso Nacional e de Brasília e demonstrando cuidado em se cercar de bons
executivos, particularmente acredito que não haverá maiores problemas na gestão
do Jair. Porém, talvez residam dúvidas quanto ao temperamento dele. Vimos como
a Dilma se comportava e o quanto o seu isolamento político prejudicou ao
governo. Um risco pequeno agora, mas não desprezível. Fiquemos atentos.
O problema é que ao lavar inteiramente
as mãos, a alta direção do Novo passou uma imagem hesitante, de quem talvez
esteja apenas aguardando a situação piorar para comentar: “Eu não disse?”
Esquisito...
Como torço pelo Brasil acima de
paixões pessoais e partidárias, recomendo ao nosso novo presidente que se concentre
em melhorar basicamente quatro indicadores, os 4RN. Será uma forma simples e
direta de avaliar o seu sucesso:
I – Segurança Pública – o suporte
principal da campanha, base para o empreendimento
II – PIB – materialização do
crescimento econômico
III – Emprego – o meio correto e
sustentável de distribuir renda
IV – Governança – diferente dos três anteriores,
não há um índice numérico que resuma a percepção de melhoria no respeito do
governo com os recursos dos cidadãos, de melhoria na ética, na redução da
corrupção etc. Governança será um indicador subjetivo, com um grau de percepção
diferente para cada indivíduo.
Não vejo necessidade de enfatizar algum outro item
importante, como por exemplo saúde e educação, pois, como já disse em outras
publicações, a melhoria desses itens ocorre naturalmente com a melhoria dos
4RN. Mas recomendo que se faça um esforço bem maior de colaborar com o desenvolvimento
geral do Nordeste, onde Jair perdeu em todos os estados. Para quebrar definitivamente
as amarras do discurso assistencialista da esquerda. Será um importante desafio
político, pois tenho dúvidas de como o povo nordestino, com quatro governantes
estaduais do PT, interpretará os méritos.
Por fim, a cada ano devemos comparar os 4RN com os
últimos anos da Dilma, e mesmo do Temer. Será uma ótima forma de avaliarmos se
a nossa aposta está correta.
Sucesso, Presidente! Que faça um excelente governo.
O Brasil precisa. O Brasil merece.
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