Homeostase
é a condição de estabilidade metabólica básica de um organismo saudável. No humano
adulto corresponde a uns 36,7º C de temperatura corpórea, pressão arterial por
volta de 12 x 8 mmHg, frequência cardíaca em torno de 80 bpm em repouso e um pH
adequado dos líquidos corporais.
As espécies
evoluíram por causa de, essencialmente, três obsessões do seu cérebro: buscar
meios para manter a homeostase corporal e procriar eficientemente, devidamente abrigados
de condições externas agressivas. Como resultado frio e calculista desse incansável
esforço estamos vivos neste momento, evidenciando que os nossos antepassados foram
competentes em preservar e nos legar os seus genes ao longo de milhares de gerações.
São regras que valem igualmente para os animais da natureza.
Ainda no
caso do adulto humano, precisamos de algo como 2.000 calorias/dia, equivalentes
a, no meu exemplo pessoal, entre 2,0 e 3,0 Kg de ingestão de líquidos e sólidos por dia. Multiplicando por 365
calculo que, para preservar a homeostase, o meu organismo processa, entre
líquidos e sólidos, por volta de 1 tonelada por ano. Aos 56, meu corpo já deve ter
processado mais de 50 toneladas! Claro, com algum descanso durante as noites...
Este post
é apenas para lembrar que manter a homeostase custa dinheiro para aquisição de
calorias, nutrientes e o necessário repouso. Portanto, dinheiro não é coisa que
se brinque. A luta por recursos para preservar a nossa homeostase e dos que
dependem da gente deve ser constante e diária. Obsessiva.
O ponto
aqui é a imensa alienação dos que reclamam da “uberização” atual do sistema de
trabalho. Na crise em que nos encontramos, com a competitividade cada vez maior
de produtos chineses, acho elogiável a força e a iniciativa dos que entendem que
precisam trocar o seu tempo e conhecimento por ativos que possam ser
comercializados, seja um serviço de motorista ou uma modesta banquinha de
pastéis na feira. Se não têm carteira assinada, garantias, estabilidade etc. não
lhes importa. Estão lutando dignamente pelo pão de cada dia, honrando o que a
natureza lhes concedeu de saúde e habilidade.
O que as
pessoas precisam parar de achar é que a vida é moleza. Que alguns tenham que
subsidiar o luxo dos outros. É uma falsa propaganda, uma completa ingenuidade acreditar
que todos conseguiremos ser felizes o tempo todo.
A
natureza é igualzinha ao livre mercado – quando há abundância, temos moleza,
com animais gordos, preguiçosos e “felizes”. Mas, se o período é de racionamento,
de seca, de contenções de custos, há que se persistir na luta pelo ganha-pão,
ainda que com pouca gordura, sem perda de tempo com reclamações ou lamúrias.
A crescente competição mundial por empregos impõe uma profunda reflexão sobre o que na verdade somos e como funcionamos.
A crescente competição mundial por empregos impõe uma profunda reflexão sobre o que na verdade somos e como funcionamos.
Sem
homeostase simplesmente morremos. Os chineses sabem disso muito bem.
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