Olhe ao seu redor agora. O que você está vendo?
Mesas, cadeiras, veículos, lâmpadas, energia, roupas, calçados, celulares, computadores,
cabos, pisos, paredes, portas, dobradiças, um pacote de biscoitos, um vidro de
comprimidos de Tylenol e outro de Amoxicilina, um sanduíche mordido, uma
cafeteira, uma xicara de chá etc. Uma infinidade de itens.
Agora imagine que o seu filho no Fundamental II, ou
simplesmente a garotada brasileira que está entrando ou mesmo já saindo do
ensino médio ou da faculdade, estivesse nesse momento adquirindo uma forte
noção de todo o ciclo produtivo desses itens até o momento em que são finalmente
fabricados. Aprendendo a partir do momento em que são extraídos da natureza na
forma de matéria-prima – mineradoras, madeireiras, plantações de algodão e de
trigo, extração de petróleo etc. -, passando por um beneficiamento primário – siderúrgicas,
metalúrgicas, indústrias de fiação e de tecidos, refinarias, indústrias químicas,
farmacêuticas etc. – para depois, aos poucos, irem se configurando em itens
prontos para o uso final – fábrica de tintas, montadoras de carros, de computadores,
confecções etc. Todos dependentes de energia, comunicações, estradas, caminhões,
instalações e prédios apropriados, bem como de uma infinidade de estruturas
físicas e técnicas, know-how, que colaboram entre si para o sucesso de cada
etapa. Lembrando que é preciso explorar também a fase do comércio, da prestação
de serviços de instalação etc.
Ao levar toda essa visão do processo produtivo para
a sala de aula pode-se expandir ainda mais a mentalidade dos alunos, lembrando-lhes
que cada uma das indústrias tem como ponto inicial o aprendizado em faculdades de
engenharia, agronomia, medicina, farmacêutica etc. Sofistique o raciocínio com
a ideia de concorrência internacional, importações, exportações, custo do
dinheiro (juros), flutuação da moeda etc. Serão conhecimentos importantes para
qualquer tipo de atividade. Mas, ainda que alguns dos alunos queiram distância
de números e economia, como no caso de médicos ou enfermeiros, por exemplo, inevitavelmente
terão uma visão bem mais clara de como funcionam e interagem as indústrias farmacêuticas,
médicas e hospitalares, conscientizando-se das regras econômicas que as movem.
O ciclo está fechado? Não, porque é preciso obviamente
explicar que esse universo altamente complexo e dinâmico é impulsionado pela ambição
dos empreendedores em busca de lucro,
cujo interesse se encaixa com a busca por trabalho de inúmeros colaboradores. Logo,
é fundamental reforçar a ideia básica de que todas essas milhares de indústrias
precisam ter foco em resultado positivo senão fatalmente terão prejuízo. Sem lucro
não poderão honrar compromissos, haverá problemas de fornecimento, os negócios
fecharão, gerando desemprego. Fora outros problemas. É preciso, portanto, no
processo de aprendizagem exercitar como precificar e apurar resultados.
Enfim, penso que quanto mais cedo o jovem tiver
essa noção de como o mundo funciona, mais à frente enxergará e melhor planejará
o seu futuro, qualificando-se melhor para empreender e ser bem sucedido, inovar
etc.
Essa é a minha particular, e urgente, ideia de Educação.
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