Já há alguns dias venho notando uma sutil, mas
crescente atividade nas ruas e supermercados, da Zona Sul à Zona Norte do Rio
de Janeiro. De ambulantes a atletas de fim de semana que continuam se
exercitando nas praias. Há casais, pais com filhos e até mais idosos andando
vigorosamente por aí. Bares de porta escancarada ou meio aberta também fazem
esse movimento.
Por que? O que está havendo para transgredirem tantas
leis governamentais e recomendações sanitárias?
Penso que a principal explicação é que a sensação
de risco, que nos alerta para ficar em casa, está entrando em choque com a ansiedade
de não podermos sair, enclausurados. A força da claustrofobia está vencendo aos
poucos, reforçada por um curioso otimismo. Há cada vez mais pessoas achando que
já pegaram o vírus e que não ficarão doentes.
Certas ou erradas, essas e outras pessoas (que se
entendem) fora da faixa de risco escutam todos os dias sobre mortes, mas não recebem
informações do quanto o sistema de saúde está longe ou perto de colapsar. Importante
também: entende-se por colapso a impossibilidade de atender os casos mais
aterradores, que necessitam de respiradores em UTI. E isso parece que de fato
ainda não está acontecendo, pelo menos por enquanto.
Qual a
solução?
I.
Presumindo que as pessoas possam estar certas de
sua vitalidade deveria haver investimento máximo em tempo e recsursos do governo em testes
rápidos para que qualquer um, sem necessidade de hospital, possa saber se está imunizada
ou não. Caso sim, estariam livres do confinamento para todos os efeitos.
II.
Prudente divulgar diariamente, por estado, quadros
esclarecedores mais específicos, tais como o seguinte:
Não vejo como segurar centenas de milhões de
pessoas em casa num país tropical e com tanta necessidade econômica. Acho que haverá
um movimento crescente retroalimentável – mais gente na rua, menos medo, mais
gente na rua... Todas ávidas por ar fresco e pulso de vida. Um processo de autolibertação
que evoluirá cada vez mais rapidamente, forçando a cada vez mais exposições e às
suas consequências.
A segunda fase será a seleção natural daqueles que
conseguem e dos que não conseguem se manter bem (ou vivos). Se a curva será
mais íngreme ou achatada por tudo isso, difícil dizer, mas estou inclinado a acreditar
que será mais achatada.
Assim, parte da economia se manterá viva. Há quase
duzentos anos Darwin explicou o mecanismo.
NOTA – A foto da senhora pode denotar um problema específico,
de senilidade ou Alzheimer, não representando necessariamente reforço aos
argumentos do autor.
Estou lendo tudo e gostando muito ! Parabéns pelas posições, pensamos muitas coisas de maneiras bem parecidas ! Abraço !!
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